Nessa semana acontece o maior evento de acessibilidade e inclusão do Espírito Santo. O “Reconecta: Conferência e exposição de inclusão e acessibilidade” reúne pessoas de todo o estado em um evento que dá luz a assuntos importantes e, muitas vezes, pouco discutidos na sociedade. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Espírito Santo (Senar-ES) não poderia ficar de fora.

Com a oficina de Arte Floral nesta segunda (04/12) e quarta (06/12), Jab Pasolini foi convidado pelo Senar para despertar a arte em pessoas com deficiência através da inclusão social. O designer floral conta sobre como trabalha a oficina com cada um:

“Quando ela é feita com os deficientes visuais, eles fazem os arranjos e conhecem as flores através do tato. O down é diferente, ele observa muito, ele presta muita atenção e é muito preciso naquilo que faz. Ele faz com muita precisão. O deficiente mental tem alguns obstáculos, dependendo da peça que ele vai usar. Do restante, ele faz também sem nenhum problema. O auditivo basta ler os seus lábios ou alguém fazer a leitura de sinais. A pessoa com deficiência que eu consigo conquistar através das flores, é o autista. É um pouco mais difícil, mas sempre consigo. É um trabalho muito bonito”, ressalta.

Organizado pelo Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo (MPT-ES) em conjunto com o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Condef) e a Federação das Apaes do Espírito Santo (Feapaes-ES), o Reconecta também contou com palestras, exposições e serviços do Governo do Estado, voltados às pessoas com deficiência e reabilitadas.

A vice-coordenadora nacional da Coordigualdade do MPT (Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho), Fernanda Barreto Naves fala sobre como o evento coloca luz sobre as pessoas com deficiência.

“O Reconecta é um evento muito importante porque ele traz as pessoas com deficiência para o centro do debate. Então elas expõem, elas realizam as oficinas, elas vão falar sobre a vivência e isso é fundamental para a gente desconstruir uma ideia que infelizmente é arraigada na nossa cultura, no sentido de que as pessoas com deficiência são incapazes, são vítimas, são doentes e que precisam ser ajudadas”, alerta a procuradora do MPT/ES.




Mais de mil pessoas circularam pelos três espaços do Reconecta nesses dias de evento. A abertura levou o influenciador da inclusão, Ivan Baron, que é conhecido por falar sobre sua luta anticapacitista para seus mais de 500 mil seguidores nas redes sociais.

Tendas com prestação de serviço para o público-alvo da exposição também foram um sucesso. Como o Procon, que explicou um pouco sobre os direitos deste público, especialmente no quesito acessibilidade. Além disso, uma “ponte de empregabilidade” foi erguida entre empresas e profissionais buscando uma vaga no mercado de trabalho. Mais de 800 vagas cadastradas podem ser acessadas pelo site e Instagram do ReconectaES.

Apesar de focar em um grupo específico, os objetivos da conferência incluem a sociedade como um todo. “A importância do Reconecta é exatamente criar um espaço que busca conscientizar e sensibilizar todas as pessoas que vierem aqui, mostrando exatamente a capacidade, a plena aptidão e habilidade que as pessoas com deficiência possuem, desde que lhes sejam garantidos um ambiente que elas possam desenvolver essas habilidades”, ressalta Fernanda.

O Senar por meio de suas ações promove a inclusão da pessoa com deficiência no meio rural e com o objetivo de contribuir para a construção de uma sociedade em que todos tenham igualdade de oportunidades, apoia o Reconecta.


Por Carolina Vieira - Assessoria de Imprensa Senar-ES