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Entendi e Fechar
P?los produtivos: encomenda cai at? 50%
1 de setembro de 2020

As micro e pequenas empresas, reunidas em p?los produtivos pelo pa?s, j? sofrem com a crise global. Diante da alta de juros e da valoriza??o do d?lar, muitas firmas adiaram a compra de m?quinas, suspenderam contrata??o para o fim do ano e cancelaram horas extras. Houve casos em que encomendas ca?ram at? 50% neste fim de ano. A retra??o veio junto com demiss?es e alta m?dia de 12% nas mat?rias-primas importadas.

Segundo o Minist?rio do Desenvolvimento, h? 264 Arranjos Produtivos Locais (APLs) no pa?s, reunindo quase 190 mil empresas que geram 2,822 milh?es de empregos formais e informais. O economista Jos? Cezar Castanhar, da Funda??o Getulio Vargas (FGV), estima que o faturamento delas ? de R$200 bilh?es por ano.

Vestu?rio, cal?ados, m?veis e bebidas v?m sofrendo mais que segmentos do agroneg?cio. Para Rita Simpson, coordenadora do P?lo de Cal?ados e Acess?rios do Rio, os seus clientes est?o apavorados, com medo de comprar e n?o conseguir vender. Rita, que tem uma f?brica e comanda a grife Taoolee, diz que as encomendas este ano est?o 50% menores em rela??o a 2007:

- Em outubro de 2007, eu tinha mercadoria vendida at? fevereiro. Este ano, n?o vendi quase nada de dezembro. Tenho conversado com representantes de p?los de Novo Hamburgo (RS) e de Franca (SP), e a situa??o ? a mesma.

Sem oferta de empr?stimo dos bancos para a antecipa??o do 13? sal?rio

Rita lembra que este ano nenhuma institui??o financeira lhe ofereceu cr?dito para antecipar o d?cimo terceiro sal?rio:

- Ano passado, todos estavam atr?s de mim e ajoelhados aos meus p?s. Este ano, ? s? desculpas. E eu estou precisando. Com vendas menores, este ano n?o tem hora extra nem contrata??es de fim de ano. Pelo contr?rio, tive de cortar algumas pessoas por causa da crise.

Segundo Delcindo Mascena, diretor Comercial do P?lo de Confec??es de Natal, no Rio Grande do Norte, a sa?da ? apostar "na moda" para superar a alta entre 10% e 12% de tecidos e de aviamentos (bot?es e linhas).

- Apostamos em itens de maior valor agregado para estimular as vendas.

Segundo Castanhar, da FGV, o governo deve criar mecanismos para as pequenas empresas, assim como fez para o setor de constru??o:

- ? preciso menos burocracia e impostos.

No APL de M?veis e Artefatos de Madeira em Rondon do Par?, na Regi?o Norte, j? houve queda nos pedidos de exporta??es de clientes da Europa e dos Estados Unidos. Para Fidelis Paix?o, coordenador do p?lo, os compradores dos pa?ses que est?o em recess?o encomendaram 50% menos para 2009 em rela??o a este ano.

- A demiss?o ser? o principal reflexo desta crise. Hoje, j? sofremos com a alta nos juros. Fixamos uma taxa com os nossos clientes e, ao pegar o cr?dito no banco, o custo ? maior.

Em Friburgo, fornecedores repassam alta do d?lar e confec??es seguram contrata??o

Segundo Carlos Leker, diretor do p?lo de Moda ?ntima de Nova Friburgo, no Rio, os fornecedores j? come?aram a aumentar o pre?o dos tecidos devido ? alta da moeda americana:

- Este m?s, cerca de 90% dos fornecedores v?o repassar a alta do d?lar. E quem n?o tem cr?dito, n?o tem jeito. Est? pagando mais caro.

No p?lo, grande parte das 954 confec??es est? evitando contratar. E os investimento ficaram parados, diz o executivo. Segundo Leker, at? as linhas de cr?dito voltadas exclusivamente para os p?los est?o mais seletivas:

- As empresas n?o t?m gera??o de caixa. Elas precisam de dinheiro para as encomendas. A empresa em que trabalho havia contratado 30 funcion?rios para o fim deste ano, mas foi antes da crise. Se for preciso, terei de dispens?-los.

Para Carlos Paviani, diretor do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), que congrega o APL de vitivinicultura de cidades do Rio Grande do Sul, o aumento do d?lar ajuda as exporta??es, mas depois encarece as mat?rias-primas.

Segundo Gilberto Braga, economista do Ibmec-RJ, as pequenas empresas d?o seu fluxo de caixa como garantia a seus empr?stimos, comprometendo ainda mais suas margens:

- S? o governo pode mudar esse cen?rio.

Fonte: O Globo

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