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Crise e gripe derrubam pre?o da carne su?na
Tudo ia bem para o setor de suinocultura at? setembro do ano passado. A demanda estava em recupera??o e os pre?os remuneravam adequadamente os produtores. Dois fatores, no entanto, iriam dar novos rumos ao setor que, atualmente, amarga grande preju?zo.

Primeiro veio a crise mundial, que inibiu as exporta??es e deixou no mercado interno um volume de carne acima da demanda, exatamente no melhor momento anual para a suinocultura: o final de ano. As exporta??es ca?ram 49,7% no ?ltimo bimestre do ano passado e os pre?os da arroba despencaram de R$ 70,50 em setembro para os atuais R$ 39,80 no Estado de S?o Paulo.

Ainda se adaptando aos efeitos trazidos pela crise mundial, o setor receberia outro baque -desta vez partindo do M?xico. Uma nova gripe, batizada inicialmente de "su?na" e que erroneamente fez a popula??o associar a transmiss?o da doen?a ao consumo da carne desse animal, abalaria de novo o com?rcio, tanto externo como interno.

Tradicionais importadores, como a R?ssia, suspenderam as compras das regi?es mais afetadas pela gripe, como M?xico e Estados Unidos. Alguns produtores, como o Egito, tomaram medidas mais dr?sticas e abateram animais. Fatos como esses foram suficientes para associar ainda mais a gripe ao consumo da carne.

A Organiza??o Mundial da Sa?de interveio, afirmando que o consumo da carne n?o era respons?vel pela transmiss?o da gripe, que passou a ser chamada de influenza A (H1N1). A OMS explicou, ainda, que a transmiss?o ? semelhante ? de outros surtos de gripe -pelo ar ou pelo contato humano.

Era tarde. O nome "gripe su?na" ficou na m?dia e, com a chegada do inverno e o aumento de casos no pa?s, a associa??o do consumidor entre a carne e a gripe continua, derrubando o consumo de 30%, segundo entidades de produtores.

"Estamos pagando caro pela escolha de um nome errado", diz Geraldo Salaroli, produtor de Bragan?a Paulista (SP), referindo-se ainda ao uso do termo "gripe su?na" pelos meios de comunica??o. O consumidor est? com medo e faz a op??o por outros tipos de carne.

Outros fatores

Valdomiro Ferreira J?nior, presidente da APCS (Associa??o Paulista de Criadores de Su?nos), diz que o fato de a gripe A (H1N1) continuar sendo chamada de "su?na" afeta o consumo, que caiu 25% em S?o Paulo nos ?ltimos meses, mas os problemas do setor n?o se limitam a isso.

A forma??o dos pre?os, que deveria ser de baixo para cima, levando em considera??o os custos, acaba sendo de cima para baixo. Com isso, o varejo mant?m as margens de ganho, o que n?o ocorre com produtores e frigor?ficos, diz Ferreira.

Al?m disso, a redu??o de pre?os n?o chega ao consumidor. Dados da Fipe (Funda??o Instituto de Pesquisas Econ?micas) mostram que a carne su?na mant?m alta de pre?o no varejo. Em maio, subiu 0,3% e em junho, 0,5%.

H? um forte desequil?brio no mercado e o setor apanha desde setembro, diz Ferreira. O ?nico al?vio ? que os pre?os do milho, um dos importantes componentes do custo de produ??o, est?o em baixa. Mas essa baixa n?o deixa de ser preocupante, diz o presidente da APCS. Sem remunera??o agora, os produtores de milho podem produzir menos no pr?ximo ano, acarretando novos custos para a suinocultura.

Os efeitos dessa forte queda nos pre?os, e a consequente perda de renda, provocar?o maior concentra??o no setor, retirando da produ??o pequenos e m?dios produtores, segundo Ferreira.



Fonte: Folha de S?o Paulo
Autor: MAURO ZAFALON

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